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sábado, 27 de novembro de 2010

Marrocos - the dark files

Já em Paris, celebrando as mordomias de uma economia mais dinâmica e uma cultura mais luxuosa, separei algumas imagens que heriquecem o que foi narrado até agora. Nesse vídeo nosso quarto luxuoso do hotel enquanto o mundo Islâmico chama para a fé...

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Marrocos, últimas palavras

Taghazout / Anchor Point


Rash beach, a varanda do hotel





Anchor Point





mulheres sussurram pelos cantos em cenas frequentes de Agadir

as mesquitas sempre presentes

eu, Isac, Guerry e Bruno

último por do sol africano

Último dia no Marrocos, após quase 3 dias sem sair do hotel por repentino "mal estar" típico de um recém chegado posso enfim finalizar nosso relato .

Quando chegamos aqui, sabíamos que o mar subiria. Aceitar previsões além destas era um pouco precipitado pela distância de datas. Subitamente em uma manhã as ondas começaram a aparecer. Pudemos conhecer lugares como Killers Point, Mysteries, Anchor Point, Boilers, Tamari e Devil’s Rock.

Com as maiores ondas, Anchor Point, é provavelmente a onda do Marrocos mais conhecida internacionalmente, fato que garante uma grande quantidade de pessoas na água quando o point funciona. Aqui existem bons surfistas locais, esses cercados por muitos europeus, alguns vindos do centro do continente. Perdidos em relação ao mar e como lidar com sua força, alguns desses despencam das ondas mesmo com 5 a 6 pés em frente as cabeças de pedra e retornam como se ali não houvesse risco nenhum, acertando elas ou não. O mesmo acontece entrando e saindo do mar, o número de quedas nas pedras é impressionante, talvez isso explique porque os restauradores de prancha são tão estressados com o trabalho, que cobram o dobro do Brasil e em Euros.

Altas ondas que duraram pouco tempo no tamanho desejado, mas para quem pode presenciar as séries de Anchor quebrando timidamente o espetáculo valeu a pena, surfar algumas ondas ali e em Killers, uma oportunidade única que dificilmente se repetirá.

Durante essas caminhadas em busca das ondas ou pelas cidades vizinhas, tivemos dois companheiros que estavam no mesmo hotel que nós: Gerry, um típico jovem alemão de pele, cabelos e olhos bem claros que para nossa surpresa era nada menos que um dos membros da equipe Alemã de surf em rio. Gerry, natural de Munique, surfa tão bem quanto os melhores na praia e ficou maravilhado ao ver minhas fotos do Brasil. Não vou me esquecer quando olhando fixamente para a tela do computador, ele falou baixo consigo mesmo ( em inglês com um sotaque alemão saído de algum filme medieval) : “Your land is so beautifull that it seems no true, it looks like a dream”. Gerry sabe que esta convidado para viver esse sonho quando quizer.

Nosso outro companheiro, Isac, um inglês de 19 anos recém formado no 3º grau, começou no Marrocos uma viagem de um ano pelo mundo. Igualmente de bom coração nos acompanha buscando se preparar para novas ondas como as da Indonésia. Isac tem desconfiança de visitar o Brasil pois para ele é um país muito violento e perigoso, cheio de crimes e assaltos. Acredito que em decorrência dos últimos acontecimentos, de grande escala no RJ como os pequenos mas relevantes em Florianópolis, Isac pode confirmar esse pré-conceito para a vergonha de todos nós brasileiros.

Em poucas horas diremos adeus aos amigos aqui e ao Marrocos, é hora de voltar a Europa. Voltaremos a estrada as 2 a.m. Bruno vai para Roma, de onde volta para o Brasil. Eu, embarco para Paris onde por 3 dias buscarei conhecer a cidade das luzes.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Luzes e pó

Típico taxi de "luxo" que nos levou por 250km

Percebi de longe a angústia nessa mulher, logo após guardar a camera o motivo se revelou: um marido enfurecido saiu espancando ela pela rua. As mulheres por aqui podem possuir uma posição muito inferior na sociedade.


Mysteries

Taghazout
















Killers point















Saímos do avião diretamente para um tipo de salão com dezenas de filas para a imigração. Ali começamos a perceber o quão distantes estávamos de tudo aquilo que éramos acostumados no nosso dia a dia. Desorganização, pressa, rostos rígidos, mulheres vestidas o corpo inteiro, algumas coloridas outras morbidamente cobertas. Os turistas, como nós e também mais exóticos, ajudavam a amontoar o salão.

Passada a odisséia do aeroporto embarcamos rumo a Agadir, quando no Taxi entendemos com um Francês pior que “arranhado” que deveríamos ir para Taghazout (leia-se tagazut). 3 horas de viagem por uma estrada muito bem providenciada pelo Rei Marroquino.

O taxista nos levou diretamente para um hotel onde fomos recebidos por Hassan, o gerente. Nosso anfitrião, um cidadão local, teve condições de aprender a ler e escrever, mostra habilidades e grande interesse pelos negócios sempre andando atrás de nós com frases de um inglês caricaturizado: “How much you whant for this?”, “If you have anything to sell show me”.

Tagazut é “8 e 80”, contudo respeitando as diferenças e mantendo esse olhar enfim posso dizer que é um local muito bonito. O Atlântico esverdeado, escarpas de centenas de metros que findam no mar com solo pedregoso, sedimentado em camadas com milhões de anos podem emocionar quando se tem consciência que a África é o continente mais antigo do nosso planeta.

Logo que chegamos ao Marrocos percebemos uma grande concentração de gado ovino, logo descobrimos que no dia seguinte se iniciava um período santo com grande sacrifício desses animais. Ao amanhecer já no vilarejo tivemos que realizar a exploração do local tendo como trilha sonora a agonia dos animais sendo abatidos dentro das casas humildes, que mais parecem cavernas urbanas em sua maioria. No final da manhã o som diminuía na proporção que o vermelho tomava o lugar, escorrendo pelo meio das ruas junto com todo tipo de água que se pode eliminar de uma casa (aqui não ha esgoto ou outro tipo de saneamento, o processo é medieval e termina nas ruas rumo a qualquer lugar mais baixo).

Por uma caminhada de cerca de 10km encontramos os famosos pointbreaks da região quebrando com cerca de 3 pés. Pontos que geram ondas perfeitas, direitas em sua maioria que quando caminham com as séries formam um cenário surreal presente nos sonhos de qualquer surfista em busca de ondas perfeitas. O swell veio, durou pouco mas pudemos desfrutar, mesmo que rapidamente, de ondas de cerca de 4 a 6 pés. Voltarei ao surf num post futuro.

As manhãs aqui começam com o ritual que se repete 5 vezes ao dia: das mesquitas é recitado com muita energia os preceitos do islam. Algo incrível de se presenciar as 5 da manhã, meio dia, 16h, 19h e 20h.

Após levantar junto com o mundo islâmico partimos direto para buscar ondas que se escondem atrás das grandes escarpas, onde se pode chegar somente remando por um bom tempo sem saber exatamente o que haverá lá.

Para nós, essa parte do Marrocos é assim: a cada montanha passada ou curva vencida, uma surpresa diferente e algo novo para conhecer.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Em algum lugar





Enfim Marrocos, quase uma semana e nesse breve post posso dizer que comunicação não foi e não será a característica dessa etapa da viagem (internet entra no topo da lista). Uma língua diferente, uma cultura diferente do que achava antes de chegar aqui....o Marrocos é uma terra dura, um povo com um jeito próprio e pouco conhecido, confundido com o mundo árabe.

Seguimos a aventura, novos amigos, de lugares estranhos trazendo novidades...algumas ondas já vieram mas quase como uma miragem do deserto...


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Atlantida



O amanhecer do último dia


Molhes

Lanzarote de dentro D'gua


"G-Land"























Contemplando o penúltimo fim de tarde em Lanzarote, chegamos ao consenso de que uma investida maior, em uma pequena ilha do arquipélago, deveria ser feita.

A promessa era de ondas perfeitas quebrando solitárias em uma reserva onde até acampar é proibido por lei. Tudo combinado, acordamos cedo e nos encontramos na área de saída dos barcos, no famoso Mueles entre Famara e San Juan, onde quebravam boas ondas de até 3 pés (local que surfamos alguns dias antes com cerca de 4-5 pés). Ali um amanhecer magnífico nos encontrara e juntou-se a nos a espera de um zodiac para 12 pessoas.

Todos a bordo e rumo a G-Land (por pedido dos locais que nos acompanharam durante toda a aventura nas ilhas o nome do local ficará guardado nas lembranças). Desembarcamos em uma maravilhosa marina com água cristalina de metros de visibilidade onde peixes nadavam em grandes números sem se afugentar com o movimento na superfície.

Cruzamos para o outro lado e mal pudemos nos segurar dentro da caminhonete quando avistamos séries perfeitas quebrando num mar azul turquesa sem qualquer testemunho em sua volta. Era nosso dia com certeza, receberíamos aquele presente e dividiríamos somente entre os amigos as ondas de até 3pés maravilhosamente formadas, “escorrendo como uma lágrima” pela bancada vulcânica.

Nesse local, algum tempo depois conheci um fotografo publicitário do Pais Basco, infelizmente não consegui guardar seu nome devida a quantidade de emoção em surfar aquele mar perfeito em poucas pessoas.

Apos muitas horas de surf, um dia inteiro abençoado nos prepararíamos para partir, saindo com certo atraso do horáio marcado por causa das condições perfeitas que não permitiam sair da água...

No caminho de volta, o sol avermelhava o horizonte e um cenário exótico nos lembrava que independente de fatores políticos pisávamos, não na Europa, mas de fato em território Africano.

Um dia mágico, para dizer adeus as Canárias, terra dita por historiadores desde Platão como: a herança do que fora Atlântida a mitológica civilização perdida.

Agora, estou no aeroporto do Porto/Portugal, onde aguardamos o embarque para o Marrocos, penúltimo país do Projeto Despertar. Mais visões, conhecimentos, ondas e emoções nos aguardam.